10 de fev. de 2014



Comprar o bife de todo dia já não é mais a mesma coisa. No Brasil a carne está deixando de ser commodity e passa a ter marca - depois da campanha arrasadora da Friboi em 2013 então, ninguém mais vai comprar carne do mesmo jeito. E o consumo de carne no país só cresce - dados do Ministério da Agricultura mostram crescimento médio anual de 2,77% entre 2008 e 2012, e o IPEA aponta que, num cenário pessimista, o mercado interno de carne crescerá nada menos que 43% nos próximos 10 anos.

http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/giro-do-boi/veja-a-previsao-de-crescimento-do-consumo-de-carne-bovina-no-brasil-nos-proximos-10-anos-de-201213-a-202223/

Nos EUA há clara tendência a se comer menos carne, tanto por motivos de saúde quanto por adesão das pessoas a causas ambientais - preservação de florestas pela diminuição do desmatamento para criação de pastagens, redução da emissão de gases metano pelos animais ou preocupação com bem-estar animal. Um estudo publicado este mês pela Mintel mostra que 39% dos americanos comeu menos carne bovina em 2013 em comparação a 2012. Mas, na contramão desta redução de volume, vem uma ampliação da demanda por qualidade (trade up), tanto de produtos quanto de experiência de compra.

Um matéria da Progressive Grocer mostra que o mercado americano percebeu que o visual merchandising nas lojas e a reinvenção da experiência de compra de carne são os pilares que garantirão boas vendas para os açougues no varejo alimentar. Gerenciamento de Categoria, por exemplo, já é uma ferramenta amplamente aplicada ao setor de carne dos grandes varejistas americanos.

http://www.progressivegrocer.com/top-stories/headlines/in-the-aisles/id40911/merchandising-still-matters-most-in-meat-dept-/

Aqui esta realidade já é bem visível, especialmente em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro. Desde açougues de bairro se transformando em butiques de carne até a total transformação da área de açougues de algumas redes de supermercados, que passam a seguir regras de exposição e comunicação in-store antes só a aplicadas a categorias como limpeza e alimentos. O Açougue Nota 10 da Swift no Walmart é um bom exemplo desta tendência: ao organizar a exposição dos cortes por forma de preparo (carnes para assar, grelhar, cozinhar etc), por exemplo, o açougue do Walmart estabelece um novo canal de comunicação com sua shopper, que muitas vezes tem dúvidas na hora de escolher a melhor carne para o prato que quer preparar.

A marca aposta ainda no Swift Mercado da Carne, rede própria de açougues localizados em bairros de classe média, que propõe uma experiência de compra totalmente diferente sem se posicionar como premium, ou seja, briga de frente com os hiper e supermercados e com os açougues de bairro tradicionais.

http://pme.estadao.com.br/noticias/noticias,acougue-muda-para-agradar-o-cliente-e-se-transforma-em-butique-de-carnes,3438,0.htm

O que tiramos de tudo isso: nenhuma categoria mais escapa da necessidade de repensar a forma de comprar de seus shoppers, por mais que isso possa parecer estranho ou distante. Shopper Marketing é fundamental para todos.

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